Entenda mais sobre este procedimento de reprodução humana assistida
A inseminação intrauterina (IIU) é um procedimento de reprodução assistida que envolve a introdução de espermatozoides diretamente no útero de uma mulher para aumentar as chances de fertilização. Neste artigo, você vai entender mais sobre esse procedimento, quando ele é indicado e como é feita sua realização.
Como é o procedimento?
Em síntese, o procedimento de inseminação intrauterina pode ser resumido pela colocação dos espermatozoides diretamente dentro do útero da paciente durante seu período fértil. No entanto, o processo se divide em algumas etapas, como veremos melhor a seguir.
Em primeiro lugar, acontece a chamada estimulação ovariana, que é quando a mulher recebe hormônios de modo que seus ovários sejam estimulados a produzir uma ovulação controlada.
Durante essa fase de estimulação, a mulher deve ser monitorada de maneira regular por exames ultrassom transvaginal, de modo que a médica supervisione o desenvolvimento de folículos ovarianos.
Na sequência, o parceiro ou doador de material genético masculino fornece uma amostra de sêmen, normalmente coletada através da masturbação, que é preparada em laboratório.
Logo depois, quando a mulher está em seu período fértil, a médica insere um cateter fino pelo colo do útero para, na sequência, injetar a amostra de espermatozoides diretamente na cavidade uterina.
Uma vez inseminada, a paciente deve descansar por alguns minutos antes de retornar para casa. Nesse momento, também pode haver uma orientação para que a atividade física intensa seja evitada durante um curto período.
Em duas semanas é realizado o teste de gravidez para saber se houve sucesso na concepção da gestação. Se a gravidez não acontecer, pode ser necessária a repetição do procedimento de inseminação intrauterina.
Em que casos é indicado?
A inseminação intrauterina, como um tratamento de reprodução humana assistida, pode ser indicada para diversos quadros de infertilidades, tais como:
- Infertilidade sem causa aparente: situação em que o casal não apresenta nenhuma condição infértil conhecida, mas não consegue engravidar após um ano de tentativas;
- Disfunção ovulatória: quando a paciente apresenta problemas para ovular regularmente;
- Endometriose leve: situação em que a mulher apresenta essa patologia de forma leve, sem que a função ovariana seja prejudicada;
- Alterações no muco cervical: quando esse não é favorável à sobrevivência dos espermatozoides ou dificulta a sua passagem em direção ao útero;
- Problemas de ejaculação ou de contagem de espermatozoides: quando o parceiro apresenta problemas reprodutivos, incluindo disfunção erétil;
- Produção independente: a mulher percebeu que chegou o momento de ser mãe, mas não encontrou o parceiro ideal. Ela faz o procedimento com sêmen de doador através da IIU.
É de fundamental importância destacar que a inseminação intrauterina pode não ser a primeira alternativa para todos os quadros de infertilidade. Assim sendo, a decisão por esse procedimento deve ser tomada sempre após análise criteriosa conduzida pela médica especializada em reprodução assistida.
A influência da idade na inseminação artificial
A idade da mulher tem uma grande influência na chance de sucesso da inseminação intrauterina, assim como em outros tratamentos de reprodução assistida. Em geral, a fertilidade feminina começa a declinar a partir dos 35 anos e diminui ainda mais após os 40. Isso ocorre porque a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem com a idade.
Dessa forma, a idade da mulher pode afetar o sucesso da inseminação artificial de várias maneiras, como através da diminuição da reserva ovariana, da qualidade dos óvulos ou do aumento do risco de aborto ou de possíveis complicações na gravidez, como hipertensão, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia.
Quantas inseminações podem ser feitas?
O número de inseminações artificiais que podem ser realizadas depende de vários fatores, como a causa da infertilidade, a idade da mulher, a resposta aos tratamentos anteriores e a preferência do casal. Em geral, não há um limite definido para o número de ciclos de inseminação que podem ser realizados, mas é importante considerar os riscos e benefícios de cada ciclo adicional.
Em alguns casos, as mulheres podem engravidar após apenas uma ou duas inseminações, enquanto em outros casos, pode ser necessário tentar por diversas vezes. É importante ressaltar que o sucesso da inseminação intrauterina depende de vários fatores, incluindo a qualidade do sêmen, a idade da paciente, a causa da infertilidade e a técnica utilizada.
Em alguns casos, se as inseminações não resultarem em gravidez após vários ciclos, pode ser recomendado que o casal considere outras soluções, como a fertilização in vitro (FIV) ou a adoção.
É possível escolher as características e o sexo do bebê?
A escolha de características específicas do bebê, como a cor dos olhos, do cabelo ou a altura, não é possível através de técnicas de reprodução assistida, incluindo a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro.
Isso se dá em razão de as características da criança serem determinadas pela combinação genética dos pais, não havendo controle sobre quais genes serão herdados pelo bebê. Em relação ao gênero, é possível realizar a escolha através de técnicas como a seleção de embriões por sexagem, mas isso geralmente é restrito a casos específicos, como quando há um risco de transmissão de doenças genéticas ligadas ao sexo, ou quando há histórico de doenças ligadas ao sexo em uma família.
A seleção de gênero para fins não médicos não é permitida em muitos países, incluindo no Brasil, sendo considerada uma prática antiética por muitos profissionais de saúde.
Diferença entre Inseminação Artificial e Fertilização in Vitro
Conforme amplamente explicado, a inseminação intrauterina é um procedimento simples, em que o espermatozoide é colocado diretamente na cavidade uterina, próximo às trompas de falópio, onde acontece a fecundação de maneira natural.
Já a fertilização in vitro (FIV) é um processo mais complexo que envolve a coleta dos óvulos da mulher e dos espermatozoides do parceiro ou de um doador, e a sua manipulação em laboratório para obter embriões.
Após alguns dias, os embriões são transferidos para o útero da mulher, com o objetivo de implantá-los e iniciar uma gestação. A FIV é indicada em casos de infertilidade mais grave, em que a paciente apresenta problemas nas trompas, endometriose, baixa qualidade dos espermatozoides, entre outras condições clínicas.
Para saber mais sobre as possibilidades da inseminação intrauterina, envie agora mesmo uma mensagem para a Dra. Aline Leite e agende a sua consulta.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana
Febrasgo