Sim, mas vai depender do que está causando essa desregulação. Ela pode ser proveniente de alterações hormonais, talvez causadas pela SOP (síndrome dos ovários policísticos), por doenças da tireoide ou uso de medicamentos, menopausa precoce ou alterações no útero. Perda acentuada de peso e excesso de atividade física também podem levar à ausência ou à irregularidade da menstruação.
Além disso, a saúde mental também pode impactar diretamente no ciclo menstrual. Uma revisão de estudos publicada em 2006 na Revista de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo) mostrou que estados de extremo estresse são relacionados a quadros de ausências prolongadas da menstruação. E diversas pesquisas têm comprovado essa ligação: “Dados provenientes de estudos em animais e humanos indicam que o estresse psicológico pode determinar alteração relevante sobre a função menstrual”, cita o artigo.
Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo profissional da saúde, que fará diversos exames até chegar ao diagnóstico. A partir daí, é realizado o tratamento direcionado ao problema identificado. Ele pode ser feito com psicoterapia e reposição de hormônios, além de uma dieta alimentar adequada e prática regular de exercícios físicos.
É importante lembrar que existem, ainda, aquelas mulheres que apresentam um ciclo menos regular desde a primeira menstruação. Nestes casos, a irregularidade é considerada normal. O problema é quando ela sempre foi regular e começa a apresentar mudanças por mais de dois meses.
A menstruação é considerada irregular quando o período entre um ciclo e outro é menor do que 25 dias ou maior do que 35 dias. Além disso, quando o volume de sangue é excessivo e chega a interferir na saúde e nas atividades do dia a dia, também é outro indicativo de que há uma alteração no fluxo menstrual. Portanto, o ciclo é tido como regular quando apresenta duração entre 25 e 35 dias do início de uma menstruação e o começo do próximo fluxo. E o período de sangramento deve ter de 2 a 8 dias.
Fontes: Amanda Rosante Rayel, ginecologista e obstetra, de São Paulo; Ana Luiza Berwanger, médica do serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre; Cristina Laguna Benetti Pinto, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Via VIVA BEM